Pagamentos de emendas a deputados ‘ajuda a acalmar’ o Congresso, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta segunda-feira (11), o pagamento de emendas parlamentares pelo governo com forma de “acalmar” deputados e senadores, inclusive do orçamento secreto, quando o autor do repasse não é identificado. As informações são do jornal carioca O Globo.
“Essa outra parte, de emenda, ajuda a acalmar o Parlamento. O que eles querem, no final das contas, é mandar recursos para a sua cidade. Não tenho nada a ver com isso”, afirmou o presidente da República, em entrevista ao podcast Irmãos Dias.
O pagamento feito por meio das emendas de relator, a base do orçamento secreto, foi a forma utilizada pelo Palácio do Planalto para repassar dinheiro público a parlamentares em troca de apoio em votações.
Bolsonaro rejeitou o termo “secreto”, dizendo que o pagamento é identificado no Diário Oficial da União (DOU), mas sem explicar que o autor da indicação não é conhecido. Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal condenou a prática e determinou que governo e Congresso deem mais transparência a esses pagamentos.
“Quando fala em orçamento secreto, é mau-caráter. Falta de caráter por parte da imprensa. É publicado no Diário Oficial da União. Eles têm acesso ao que é feito com esses aproximadamente R$ 15 bilhões”, reclamou Bolsonaro.
O presidente disse que não pode negar que distribuiu cargos para o Centrão. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, é senador pelo PP e um dos principais líderes do bloco. Além disso, os ex-ministros Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e João Roma (Cidadania) também foram indicados por partidos do bloco.
“Alguns cargos foram dados a partidos de centro. Não vou negar isso daí. Agora, nós temos esses filtros todos para evitar qualquer desvio, qualquer problema que porventura venha a acontecer”, disse.
Bolsonaro foi eleito em 2018 com o discurso de que acabaria com o “toma lá, dá cá” com o Congresso. Na época, o então deputado federal prometeu ainda que não negociaria ministérios e estatais em troca de apoio político.
Fonte: BN