Evento comemora 20 anos do Programa de Pós-Graduação em Agronomia
“Um programa de pós-graduação só começa com uma forte graduação, uma forte iniciação científica e com docentes doutores”. A definição é da professora Maria Aparecida Castellani, atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Uesb (PPGA) que completa, em 2022, 20 anos. No evento em celebração ao importante marco, realizado na última quinta, 2, no teatro Glauber Rocha, campus de Vitória da Conquista, a professora lembrou que inúmeros parceiros e gestores construíram essa trajetória. “Foram vários tijolos pra que tudo isso se concretizasse e pudesse nascer o primeiro programa, que foi o de Agronomia, mas inaugurando um novo tempo, porque depois muitos outros vieram”, contou a professora.
Com experimentos e estudos científicos, principalmente, na produção de mandioca, anonáceas e café, o Programa possui impacto direto na comunidade regional, como lembra a pesquisadora. “A gente percebe que precisa se aproximar, ainda mais, da comunidade produtora, conhecer suas demandas e trabalhá-las na pós-graduação”, defendeu a coordenadora.
Nesse sentido, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Robério Rodrigues, reforçou a contribuição social que deve ser o resultado não só do PPGA, como de todos os programas, e que a luta da gestão é voltada ao fortalecimento da pós-graduação, dotando a área de recursos e de infraestrutura. “Temos que pensar muito nisso, que a pós-graduação deve ser “linkada” com a sociedade e focada na solução de problemas da própria sociedade”, destacou.
20 anos de pós-graduação na Uesb – A implantação do PPGA aconteceu após cinco anos de tentativas junto à Capes, em Brasília. Essa é uma das memórias do período guardada pelo professor aposentado da Uesb, Abel Rebouças, que participou da criação do Programa. “É muito gratificante saber que foi plantada uma semente por um grupo de professores, que acreditou, e que, hoje, a gente pode dizer que é um Programa totalmente consolidado em nível local, regional e nacional”, comentou.
Assim, o PPGA possui egressos atuando em, praticamente, todos os estados do país e a pós-graduação já é uma realidade na Uesb, com 24 cursos de mestrados e 9 de doutorado, distribuídos nos três campi. Mas, naquela época, parecia um futuro ainda distante de ser alcançado. “A Universidade ainda não tinha essa cultura de fazer pesquisa e a implantação do Programa começou a estimular outras áreas. O pessoal se deu conta de que produzir conhecimento é o que realmente fazia com que a Universidade ocupasse o seu lugar de destaque”, contou o professor Abel Rebouças.
Isso porque a maior parte da pesquisa científica produzida no país tem origem na pós-graduação, desenvolvida nas universidades públicas. Os dados foram sublinhados pelo reitor da Uesb, professor Luiz Otávio de Magalhães. “No desenho do Ensino Superior, da Ciência e da Tecnologia do Brasil, a pós-graduação é o lugar privilegiado”, pontuou o reitor.
Para ele, o processo iniciado pela Uesb em 2002, com a implantação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, foi mais uma etapa da interiorização do Ensino Superior. “À medida em que se você vai se consolidando como um polo de pós-graduação, consolida essa dimensão de pesquisa, que vai se integrar às outras atividades da Universidade. Então, o ensino, a extensão, tudo passa a ser desenvolvido de forma a dialogar com essa dimensão da pesquisa”, conclui.