Às 11h (horário de Brasília), uma hora antes de o presidente eleito iniciar seu segundo discurso do dia na COP, uma multidão lotava o auditório da ONU reservado para o brasileiro. Acotovelados, brasileiros e estrangeiros esperavam dentro e fora do local.
“O Brasil está de volta ao mundo”, disse Lula na manhã desta quarta em evento no pavilhão dos governadores amazônicos no evento. “Vamos trabalhar para acabar com a fome e a degradação das florestas”, acrescentou ele, para uma plateia de mais de 300 pessoas e sob grande cobertura da imprensa internacional.
A organização do evento foi obrigada a abrir mais um auditório para comportar os presentes. Nessa outra sala para mais de 300 lugares o discurso de lula foi transmitido por um telão.
No pavilhão, Lula foi saudado com cânticos e aplausos de brasileiros e estrangeiros. Para atender à demanda de quem queria presenciar a primeira aparição pública internacional do presidente eleito, o espaço da sociedade civil brasileira transmitiu em tempo real o evento, a poucos metros do local.
O pedido para que algum Estado que abrigue a floresta seja a sede da conferência climática de 2025 foi feito pelo governador paraense, Helder Barbalho (MDB), líder do consórcio dos governadores e autor do convite para que o petista participasse do evento. Lula disse que vai indicar o Pará ou o Amazonas para receber a cúpula.
Nesta terça-feira, 15, o presidente eleito também participou de encontros fechados com o enviado especial para o clima do governo americano, John Kerry, e com o alto representante chinês para o clima, Xie Zhen Hua.
Há expectativa para que Lula anuncie o nome do novo ministro do Meio Ambiente entre esta quarta e quinta, 17, quando também cumpre agendas no fórum climático global. Entre os cotados para assumir a pasta do Meio Ambiente estão a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que estão na comitiva de Lula na conferência.
Também estão na COP dois cotados para assumir o novo Ministério dos Povos Originários, promessa do petista durante a campanha: a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) e a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR).
Questionado pela manhã sobre o possível anúncio de nomes para o governo, Randolfe afirma que isso não deve ocorrer tão cedo. “Esse é um processo que está sendo feito no Brasil. o presidente já disse que os anúncios devem ser feitos só quando voltar ao País”, afirmou o parlamentar.
*O repórter Emílio Sant’anna viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade