Lula encerra trabalho da transição e agradece grupos temáticos e equipes de coordenação

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encerrou os trabalhos da equipe de transição de governo nesta terça-feira (13) durante cerimônia na sede do gabinete de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

“Quero agradecer especialmente as pessoas que votaram em mim no primeiro e no segundo turno. Agradecer também a Tebet, que esteve nessa com a gente”, pontuou Lula no início da sua fala.

De acordo com o petista, a gratidão tem um espaço especial em sua vida: “É importante que a gente aprenda a ser grato aquelas pessoas que nem conhecem a gente, às vezes, para vencer o inimigo irracional”.

Para ele, a campanha da capa encabeçada por ele enfrentou o próprio Estado, de maneira inédita, pois, nas suas palavras, desde a proclamação da República, a máquina pública nunca “esteve a serviço de um candidato” como na campanha do seu oponente, Jair Bolsonaro (PL).

Um dia após sofrer ameaças de grupos extremistas que promoveram atos violentos contra o patrimônio público e privado em Brasília, Lula deu declarações firmes contra a omissão do atual presidente, chamando-o de “irracional” e lembrando sua postura antipática diante das mais de 700 mil mortes duranta a pandemia da Covid-19. “Ele vai levar isso pelo resto da vida dele”, destacou.

“Um cidadão que nunca fez uma reunião com sindicalista, governo social, com mulheres, indígenas, um governo que se trancou numa redoma não de vidro, mas de uma caixa de fósforo”, disparou, não deixando de falar sobre a negação do atual presidente em admitir a sua vitória eleitoral e os atos que incitam movimentos antidemocráticos.

Lula reforçou seu compromisso com o combate à fome, com a educação básica – sobretudo com a construção de uma rede de ensino integral em todo o país -, com a saúde pública e com a aprovação de uma reforma tributária.

Nos momentos finais do seu discurso, o ex-metalúrgico ainda falou sobre a importância do seu legado na derrota eleitoral contra Bolsonaro e das acusações sofridas no contexto da Operação Lava Jato.

“A mentira que o [Sérgio] Moro e o [Deltan] Dallagnol contava era transformado em verdade, e foram cinco anos. Foram vidas destruídas e nós estamos aqui, de cabeça erguida”, disse.

COMO ESTÁ O EXECUTIVO PÓS-BOLSONARO
Coordenada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), a equipe de transição foi dividida em 32 grupos, entre eles Economia, Educação, Meio Ambiente, Saúde e Justiça. Além disso, coube ao ex-ministro Aloizio Mercadante coordenar os trabalhos dos grupos.

Durante a cerimonia de encerramento, estavam ao lado de Lula, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB); o governador da Bahia e futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT); a futura primeira-dama, Janja da Silva; Alckmin e a esposa Lu Alckmin; o deputado federal Floriano Pesaro (PSD), além também da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Os relatórios entregues apresentam o diagnóstico da situação em que se encontra a administração pública federal, há três semanas do fim do governo Bolsonaro.

Durante a apresentação, Mercadante, afirmou que os relatórios preliminares e finais são riquíssimos. “Melhor ponto de partida para um ministro começar sua gestão”, pontuou o político.

Segundo o ex-ministro, confirmado para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), houve um diagnostico muito preciso e que contesta a versão da gestão atual.

“O governo fala que a situação econômica do país tá boa. Mas boa para quem?”, questionou, adicionando que a situação orçamentária não prevê recursos para o Bolsa Família ou para programas sociais.

Ao todo, garantiu Aloízio Mercadante, os “revogaços” promovidos por Bolsonaro e sua equipe de gestão ocupam 23 páginas nos relatórios entregues pelo gabinete de transição. (BN)

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