Política de preços da Petrobras só pode ser mudada com alteração do estatuto
Defendida por integrantes da equipe do presidente Lula, uma nova política de preços da Petrobras depende de uma alteração no Estatuto Social da petrolífera. A tese foi defendida pelo diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires. O especialista avalia que a alteração nas regras dos valores cobrados nas refinarias é o cenário mais provável. “Ele ganhou a eleição, ele decide”, disse Pires, em alusão a Lula e ao fato da companhia ter a União como acionista controladora.
O estatuto da petrolífera traz condições para que decisões da empresa sejam orientadas pela União por interesse público, e não dos demais acionistas. Uma delas é a compensação financeira. Adriano Pires defende que a companhia siga a paridade com os preços internacionais. “A Petrobras não faz política tributária”, alega.
A mudança no estatuto requer uma tramitação que demanda meses, mas é viável para o governo. É preciso que o Conselho de Administração, onde a União tem a maioria das cadeiras, formate a proposta e a submeta à assembleia de acionistas, que tem o governo federal como majoritário.
Nesta segunda-feira (2), o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que Lula vai esperar a posse da nova diretoria para bater o martelo sobre combustíveis. Na reta final da transição, o novo governo decidiu manter por três meses a isenção fiscal em combustíveis, que o novo governo sugeriu não prorrogar. Indicado para presidir a petrolífera, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) sinalizou que defende uma nova regra na definição de preços. “Política de combustíveis é um assunto de governo”. Fontes: Reuters e Folhapress