O governo argentino buscou à Embaixada do Brasil no país e informou ter mais de mil cidadãos em Israel que desejam sair da zona de guerra e ser repatriados. A informação foi transmitida por meio de comunicação oficial, no mesmo documento em que o país vizinho formalizou seu pedido de ajuda para o Itamaraty.

Até esta quarta, a operação já trouxe 916 pessoas e 24 animais domésticos de volta do Oriente Médio. Com a chegada de mais um voo, prevista para a madrugada de quinta (19), serão 1.135 brasileiros repatriados, segundo balanço da FAB.

Além da Argentina, países latino-americanos como Paraguai, Costa Rica, Colômbia e Uruguai também buscaram auxílio junto ao governo Lula, que desde o início da guerra já repatriou cerca de mil brasileiros que se encontravam em território israelense. De acordo com o embaixador brasileiro na Argentina, Julio Glinternick Bitelli, embaixadas do Brasil e da Argentina estão em contato para ver se seria possível incluir os argentinos em alguns dos voos brasileiros.

“Há uma disposição, e há outros países latino-americanos também [pedindo ajuda]. Agora é uma questão de ver prioridades e questões logísticas”, afirma o diplomata. Bitelli diz ter sido informado de que a maior parte dos mil argentinos em Israel são estudantes. Embora tenha sido feito um pedido de ajuda ao Brasil, nem todos eles, necessariamente, precisariam embarcar nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) —a Argentina já tem operado voos próprios de repatriação.

O governo argentino, porém, só tem levado os repatriados até Roma, de onde eles embarcam em aviões comerciais. Já os voos do governo brasileiro têm como destino final o território nacional. “O que a gente está fazendo é muito mais um esforço humanitário de trazer sem custo os brasileiros que queiram sair da região”, afirma o embaixador brasileiro na Argentina.

Durante entrevista coletiva na sede do Itamaraty, em Brasília, nesta quarta-feira (18), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que há 15 estrangeiros interessados em pegar carona em voo da operação batizada como “Voltando em Paz”. Segundo o chanceler, há bolivianos, paraguaios, argentinos e uruguaios na lista de espera.