Deputado Jean Willys se manifesta sobre transexual itapetinguense agredida com facadas em Maiquinique
O caso ganhou repercussão nacional. Conhecido por defender as minorias e pregar os Direitos Humanos, o deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ) se manifestou sobre o assunto na rua rede social oficial.
Leia na íntegra:
“Circulam pelas redes sociais imagens fortes e muito tristes de Nátyla Mota, travesti de 21 anos, brutalmente agredida e negligenciada dentro de um hospital de Maiquinique, no interior da Bahia. Nas imagens, a jovem, estirada no chão e ensanguentada, ainda chega a receber um tapa no rosto durante a gravação do vídeo. Esse caso brutal é mais um de uma extensa lista de pessoas trans e travesti que vêm sendo agredidas e mortas em todas as regiões do país por motivação preconceituosa.
No Brasil, além do desrespeito à identidade de gênero, que submete a constrangimentos diários a população de pessoas trans e travesti, a violência física tem sido uma constante na vida dessas pessoas. Segundo uma pesquisa da ONG ‘Transgender Europe’ (TGEU), rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênero, o Brasil é o país onde mais se mata travestis e transexuais no mundo. Entre janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no país. Se considerarmos os casos não registrados, que se imagina sejam numerosos, já que o preconceito também está nas delegacias e nas tentativas de silenciamento das vítimas, percebemos que a situação é ainda pior.
É sintomático que ao comentar o caso de Nátyla Mota muitas pessoas tenham questionado a sua conduta. Para muitas pessoas, diferente do que acontece com o restante da população, pessoas “T” podem ou devem ser agredidas e humilhadas como parte da correção da sua conduta. Essas pessoas, subjetivamente ou até expressamente, defendem que o desrespeito à imagem e à identidade da população “T” faz parte da pena prevista para elas.
É preciso dizer que já chega. Quando denunciamos a situação das pessoas trans e travesti, estamos nos colocando a favor do reconhecimento de direitos já garantidos para grande maioria das pessoas. É impossível continuarmos em silêncio. As pessoas trans e travesti existem, sempre existiram e precisam de respeito. Chega de agressões e chega de preconceito retórico sobre elas”.