Promotor diz que secretária usava nome de ACM Neto para cobrar propina

Depoimentos colhidos pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) apontam que a secretária de Desenvolvimento Urbano de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS),  Juliana Paes, usava o nome do prefeito de Salvador ACM Neto para exigir propina a empresários do setor imobiliário. A secretária nega as acusações. Ao Bahia Notícias, o promotor Everardo Yunes disse que “tem certeza” que eles usavam o nome do gestor soteropolitano, no entanto não há comprovação de que Neto recebeu alguma quantia. “Eles afirmavam que o dinheiro iria para a campanha de ACM Neto para governador,mas não apareceu nenhum indício que esse dinheiro iria para ACM Neto”, disse Yunes. Conforme o promotor, a comprovação das chantagens surgiu do depoimento de empresários ouvidos pelo MP. Yunes declara que mais de 15 empresas foram vítimas da tentativa de extorsão, mas apenas quatro delas resolveram depor. Para uma delas, a Incorplan, a extorsão seria de R$ 1 milhão; à Naturaville, R$ 250 mil e três lotes; e ao Luau de Jauá, R$ 150 mil. “O empresário que não quisesse pagar tinha o projeto indeferido. A secretária dizia que ia alterar o PDDU [Plano de DesenvolvimentoUrbano] e ia colocar o projeto de quem não pagasse em área de proteção ambiental para que o empresário não construísse nada no local”, detalha. Yunes também revelou que os empresários que delataram o caso, e ele próprio, receberam “ameças de morte”. O promotor ainda disse que Juliana Paes e Aridã Carneiro entraram na prefeitura indicados por ACM Neto, quando seis funcionários concursados foram afastados para entrada de servidores comissionados. O prefeito da cidade, Elinaldo Rodrigues (DEM), ainda não se pronunciou sobre esse caso. (BN)

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