Em Itapetinga, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), o Instituto Federal Baiano (IF Baiano) e o grupo HUB têm se destacado no combate à pandemia da Covid-19. O assunto foi abordado pelo projeto Câmara Cidadã na live dessa segunda-feira (13), que contou com a participação dos professores Aisamaque Souza, Carlos Bernard Cerqueira e Letícia Fernandes.

Uesb contra a Covid

Representando a Uesb, o professor Carlos Bernard ressaltou diferentes contribuições da Universidade no atual contexto de avanço do novo coronavírus, entre elas: elaboração do documento “Recomendações para o enfrentamento à Covid 19 na Atenção Primária à Saúde”, colaboração no e-book gratuito “Covid-19 e Direito Brasileiro: mudanças e impactos” e realização do Congresso On-line Internacional de Enfermagem: os desafios no enfrentamento da Covid-19 no mundo.

De acordo com Carlos Bernard, um grupo de pesquisa da Uesb vem atuando também nas etapas iniciais que visam à identificação e ao desenvolvimento de remédios. A partir de um banco de dados computacional, esses pesquisadores estudam novos medicamentos com potencial para combater o coronavírus. Outra ação da Uesb é a publicação semanal de um Boletim Informativo Especial com informações confiáveis e úteis para o planejamento local de ações de prevenção e controle à Covid-19.

Para o professor, o potencial de organização e sucesso no combate à pandemia depende diretamente da capacidade de interação efetiva entre os agentes envolvidos: poder público, instituições de ensino, iniciativa privada e sociedade em geral.

Grupo HUB: comunidade em ação

Representando o HUB Itapetinga, a professora Letícia Fernandes, da Uesb, explicou que o grupo surgiu como organização coletiva nesse momento de emergência em saúde pública.

O HUB Itapetinga conta hoje com profissionais de diversas áreas e se divide em cinco grupos de ação: distribuição de alimentos e kits de higiene; produção de álcool e sabonete líquido nas estruturas dos laboratórios da Universidade; produção de máscaras com a colaboração de costureiras voluntárias; comunicação e divulgação científica; controle social.

Letícia contou que o HUB Itapetinga lançou recentemente o “Manifesto em Favor da Vida”, elencando 18 pontos a serem considerados por gestores, vereadores e comunidade em geral para encarar a pandemia.

A professora esclareceu que o grupo deseja respostas do poder público, especialmente sobre a participação da sociedade na construção das políticas de enfrentamento. Nesse sentido, cobrou a apresentação de três planos: plano de contingências para emergência, plano de contingência social e plano de retomada econômica.

Até o momento, o HUB já alcançou os seguintes resultados: doação de 672 cestas básicas e kits de higiene, equivalendo a aproximadamente oito toneladas de alimentos; 20 horas de campanhas educativas em carro de som; doação de mais de 300 escudos faciais; produção de mais de 1.400 litros de álcool e mais de 1.500 máscaras.

IF Baiano: inclusão em tempos de pandemia

O professor de Libras Aisamaque Souza, do IF Baiano de Itapetinga, comentou sobre o projeto pioneiro de inovação tecnológica chamado LibrasInterConect. Ele contou que a ideia surgiu para interligar intérpretes de Libras e profissionais de saúde, com o objetivo de atender pessoas surdas em meio à pandemia da Covid-19.

“A partir desse artigo 196 (Constituição Federal), a gente constatou que as pessoas surdas não estavam tendo o atendimento inclusivo necessário na área da saúde”, revelou. O referido artigo define o direito à saúde como direito de todos.

Dessa forma, o professor disse que o projeto veio possibilitar o atendimento inclusivo, humanizado e diretivo à pessoa surda. Aisamaque e sua equipe desenvolveram uma plataforma em que o profissional de saúde pode solicitar um intérprete de libras para realizar a comunicação com o paciente por meio do trabalho remoto.

“A gente intervém na área pública e dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), para que as pessoas surdas sejam atendidas da forma que elas deveriam ser, de forma humanizada”, afirmou o idealizador do projeto.

A equipe de Libras é composta por 10 integrantes, três profissionais de desenvolvimento de sistemas e quatro pessoas surdas, sendo que uma delas é professora do IF Baiano. A plataforma ainda está em fase de testes e será implantada em agosto.

ASCOM/CÂMARA