Pais de alunos e escolas pedem o retorno das aulas presenciais

Shoppings funcionando, bares e restaurantes abertos, empresas autorizadas. O que falta para a educação também ser tratada como prioridade? Esta tem sido a tônica da discussão entre pais de alunos e instituições de ensino nos últimos meses.

Especialistas indicam que os impactos psicológicos nas crianças causados pela ausência do convívio escolar podem ser graves. Outra preocupação é com a supervisão das crianças em casa. As empresas estão voltando às suas atividades, enquanto a educação presencial continua suspensa. 

“É muito difícil conciliar o trabalho com a supervisão das crianças nas aulas on-line. As crianças ficam agitadas por estarem há muito tempo dentro de casa”, afirma a advogada Andressa Bellini, mãe de Arthur (7) e Sophia (9).

É consenso entre os profissionais da área que a educação vai muito além do ensino. Ela é fundamental para a formação dos valores do indivíduo para toda a vida. Por este motivo, a convivência física entre alunos e professores é tão importante, sendo uma das bases fundamentais para o processo educacional.

Para discutir as estratégias de retorno às aulas e trocar experiências, representantes de escolas particulares se uniram para criar o Grupo de Valorização da Educação – GVE.
São mais de 60 instituições de Salvador e Lauro de Freitas planejando, desde de maio de 2020, a volta ao ambiente presencial com o máximo de segurança.

Diversas mudanças estruturais foram feitas com o objetivo de garantir a proteção de alunos e colaboradores. Empresas de consultoria em saúde foram contratadas para a elaboração de rígidos protocolos de segurança. 

Francisco Pissica (Módulo Criarte), comemora os avanços das instituições de ensino com foco no retorno. “Já estamos realizando tours com os pais de novos alunos. Eles se sentem muito seguros ao verem tudo que estamos fazendo para garantir a proteção das crianças”, afirma Pissica.

Rosa Silvany (Escola Girassol) falou sobre a importância da união neste momento de expectativa pela volta às aulas. “A criação do GVE propiciou um grande avanço em termos de protocolos sanitários e sociais que serão adotados no momento em que as autoridades permitirem a volta às aulas. Estamos prontos e ansiosos pelo retorno”.  

As adaptações na rotina foram realizadas com base em experiências de outros locais onde já houve a volta às aulas. Em São Paulo, por exemplo, nas quase duas mil escolas abertas, não há nenhum registro de contaminação pela Covid-19 em ambiente escolar, pois os protocolos de saúde estão sendo rigorosamente seguidos. 

O programa de retorno prevê aulas híbridas, com rodízio de alunos. A capacidade da sala de aula será reduzida para 50%, garantindo o distanciamento social. Os demais alunos acompanharão as aulas em transmissão pela Internet. Este modelo permite que todos possam vivenciar o dia a dia das aulas presenciais de forma segura.

Diversos diálogos com o poder público estão sendo realizados no sentido de enquadrar a educação como atividade essencial durante a pandemia. Pais e instituições de ensino aguardam agora a definição dos governos estadual e municipal quanto ao prazo da volta às aulas. 

BN

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