Fiocruz identifica variante do coronavírus em mais cinco estados
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) encontraram a variante P.1 do novo coronavírus em mais cinco estados: Pará, Paraíba, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Segundo a Agência Brasil, a informação foi divulgada em nota nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Oswaldo Cruz.
Casos provocados pela nova variante também já foram confirmados pelas secretarias estaduais de Saúde da Bahia, do Ceará e de Pernambuco. Ainda segundo a Agência Brasil, ainda não há dados que relacionem a variante a quadros mais graves da Covid-19, mas as mutações identificadas são semelhantes às das variantes encontradas no Reino Unido e na África do Sul, e têm potencial de facilitar o contágio.
No texto divulgado pelo Instituto Oswaldo Cruz, a pesquisadora Paola Cristina Resende explica que “é importante lembrar que as linhagens P.1 e P.2 já foram associadas a casos de reinfecção no país. Por isso, é fundamental a continuidade das medidas de prevenção, como a utilização de máscara de proteção, a higienização frequente das mãos e evitar aglomerações”.
Em todo o país, especialistas da Rede Genômica Fiocruz integram já sequenciaram quase 3,6 mil amostras coletadas no Brasil, sendo 1.035 em São Paulo, 726 no Rio de Janeiro, 340 no Amazonas, 306 Rio Grande do Sul, 167 na Paraíba, 150 em Pernambuco e as demais em outros estados.
Um balanço desse trabalho aponta que mais de 60 linhagens do vírus já foram encontradas no país, porém predominam a B.1.1.33 e a B.1.1.28, que circulam no Brasil desde março. O surgimento de linhagens diversas é um processo comum nos vírus e na maior parte dos casos as mudanças implicam pequenas diferenças no material genético.
A variante P.1, encontrada no Amazonas, e a P.2, descrita pela primeira vez no Rio de Janeiro, são consideradas “variantes de preocupação” e apresentam modificações na proteína spike, estrutura do vírus que se conecta às células humanas.
Entre os objetivos dos pesquisadores estão entender a dispersão das linhagens do coronavírus no território nacional e identificar se as mutações recém descritas podem afetar a resposta induzida pelas vacinas.
Em nota publicada pela Fiocruz Rondônia, o infectologista Juan Miguel Villalobos-Salcedo destacou a necessidade de conter a circulação do vírus. “Quanto mais casos ativos tivermos em uma população, mais chances nós temos de propagar a doença e, consequentemente, mais possibilidades teremos de provocar novas mutações do vírus”.
BN