Exército desfilará no dia da votação da PEC do voto impresso

Brasília irá assistir nesta terça-feira um desfile de veículos blindados e outros armamentos das Forças Armadas em frente ao Palácio do Planalto, no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados deve votar em plenário a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)que institui o voto impresso, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com comunicado divulgado pela Marinha, o desfile será para entrega de um convite ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para que assistam a um treinamento da Marinha que acontece anualmente na cidade goiana de Formosa, a cerca de 80 km de Brasília. Segundo a nota, este ano participarão do exercício também, pela primeira vez, o Exército e a Força Aérea.

Apesar da operação acontecer todos os anos e os presidentes serem convidados para assistir, não houve outros casos de desfiles de equipamentos militares na Praça dos Três Poderes. 

A operação está marcada para começar de fato no dia 16, mas o desfile será esta terça, data em que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), planeja colocar em votação a emenda do voto impresso para urnas eletrônicas, mesmo após o texto ter sido derrotado na Comissão Especial que analisava a PEC.

Nas últimas semanas, Bolsonaro –que, de acordo com as pesquisas, perde popularidade e seria derrotado nas eleições de 2022– aumentou o tom contra autoridades de outros Poderes e transformou a urna eletrônica em sua pior inimiga, alegando possibilidade de fraudes nas eleições sem apresentar provas.

Em meio a seus arroubos, chegou a dizer, mais de uma vez, que se a PEC do voto impresso não fosse aprovada, não haveria eleições em 2022. Pressionado, voltou atrás, mas não reduziu os ataques, seguindo no esforço de mobilizar sua base mais radical.

Um dos discursos do presidente é justamente tentar mostrar que tem o apoio das Forças Armadas para suas ações. Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e é general da reserva, é um dos militares que têm reforçado o apoio a Bolsonaro.

Fonte: Terra

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