Bolsonaro diz ser alvo de perseguição e nega tentativa de golpe em ato por anistia na Avenida Paulista

Durante uma manifestação realizada neste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a negar qualquer envolvimento em tentativa de golpe de Estado e afirmou ser vítima de perseguição política.

O evento, que reuniu milhares de apoiadores, foi o primeiro após Bolsonaro se tornar réu por supostamente liderar os atos antidemocráticos ocorridos em janeiro de 2023.

Em discurso com duração aproximada de 25 minutos, Bolsonaro afirmou que foi ele quem sofreu um golpe nas eleições de 2022 e que sua inelegibilidade representa, segundo ele, uma “escalada autoritária” no país. “Se mantiverem minha inelegibilidade, estarão escancarando a ditadura no Brasil”, declarou.

Ao atacar o Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente mencionou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, a quem classificou como responsável por um suposto processo de criminalização da direita. Também mencionou o ministro Luís Roberto Barroso, relacionando sua fala durante as eleições de 2022 a uma alegação de que o pleito teria sido fraudado.

O evento teve como uma das pautas centrais a defesa de anistia para os condenados pelos ataques de 8 de Janeiro. Bolsonaro utilizou o caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, ré pelos atos e atualmente em prisão domiciliar, como exemplo de injustiça. Ao seu lado estavam familiares da mulher, e o ex-presidente criticou a proposta de pena de 14 anos para ela.

“O golpe só não foi completo porque deixei o Brasil no fim de dezembro de 2022. Se eu tivesse ficado, teria sido preso ou morto”, afirmou Bolsonaro, ao justificar sua saída do país logo após o fim do mandato.

O evento também contou com discursos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que lançou o movimento simbólico do “levante dos batons”, e do pastor Silas Malafaia, que atacou ministros do STF e criticou a atuação de parlamentares que, segundo ele, não estão comprometidos com a aprovação da anistia.

Apesar da recente pesquisa apontar que a maioria da população brasileira se posiciona contra a anistia aos envolvidos nos atos golpistas, Bolsonaro sustentou que “a grande maioria do povo brasileiro entende as injustiças” e que o Congresso deve atender esse apelo.

Sete governadores participaram da manifestação: Tarcísio de Freitas (SP), Jorginho Mello (SC), Romeu Zema (MG), Wilson Lima (AM), Mauro Mendes (MT), Ratinho Júnior (PR) e Ronaldo Caiado (GO). Também estiveram presentes a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

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