Bolsonaro mantém silêncio sobre prisão do aliado Crivella
BRASÍLIA – De férias no litoral de Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro procurou nesta terça-feira manter distância da repercussão provocada pela prisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella(Republicanos). Bolsonaro passou o dia em silêncio e não comentou a operação que atingiu o aliado – para quem pediu votos na campanha eleitoral deste ano.
Na busca pelo segundo mandato, Crivella teve autorização para usar a imagem do presidente na corrida eleitoral, mas foi derrotado pelo ex-prefeito Eduardo Paes (PSB) em novembro. Após Crivella ser preso, a nove dias de encerrar o mandato – acusado de corrupção –, fotos e vídeos de Bolsonaro ao lado do prefeito passaram a ser compartilhados nas redes sociais, lembrando a proximidade entre eles. Uma das imagens mais compartilhadas é a do chefe do Executivo federal dançando com Crivella em um culto no Rio.
Ganharam destaque, ainda, trechos de lives em que o presidente aparece pedindo voto para reeleger o prefeito. Além disso, adversários destacaram que dois dos filhos de Bolsonaro – o senador Flávio e o vereador Carlos – são filiados ao Republicanos, partido de Crivella, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.
Embora a situação provoque desgaste para Bolsonaro, interlocutores do governo procuram minimizar os fatos, sob o argumento de que o presidente não pode ser cobrado por atos de terceiros.