Bolsonaro não apresenta provas sobre fraude eleitoral
O presidente Jair Bolsonaro não apresentou provas, como havia prometido para esta quinta-feira, para embasar suas denúncias de fraudes eleitorais, mostrando apenas vídeos antigos divulgados na internet com eleitores reclamando de problemas na hora de votar e um vídeo de um youtuber sobre suposta manipulação da urna eletrônica, que já foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Depois de convocar a imprensa para acompanhar sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais com a promessa de apresentar supostas provas de fraudes nas eleições, o próprio Bolsonaroreconheceu na live que não é possível provar se eleições foram fraudadas ou não, e disse que seriam apresentados indícios.
Os indícios apresentados, porém, foram apenas vídeos que já circulam na internet desde as eleições de 2018 em que eleitores afirmam terem tido problemas para votar em seus candidatos, além de um vídeo de um youtuber sobre o código-fonte da urna eletrônica, que, no entanto, já foi rebatido pelo TSE como falso.
Bolsonaro alega fraudes nas eleições desde março de 2020, quando prometeu mostrar provas de que teria vencido as eleições de 2018 no primeiro turno. Nas últimas semanas, com a popularidade em queda e com pesquisas mostrando que pode perder a reeleição, ele tem defendido fortemente que seja aprovada a adoção do voto impresso para as urnas eletrônicas com o objetivo de, segundo ele, garantir que as eleições de 2022 não sejam fraudadas. Apesar das afirmações do presidente, não há relatos de fraudes envolvendo as urnas eletrônicas, e o TSE garante que o sistema é seguro e tem diversas formas de auditoria.
Boslonaro ainda voltou a afirmar que o Brasil não é uma “república de bananas” ao defender a implementação do voto impresso. Sugeriu também que poderia haver guinada autoritária similar à da Venezuela, caso não haja alteração do sistema eleitoral.
“O que eu quero é democracia. Tantos me acusam de ser ditador, tantos me acusam de ser violento. Não somos uma república de bananas, tem alguns bananas nela. Quem quer a instabilidade de uma nação poderosa como a nossa? Somos um país forte. Não podemos aceitar na mão grande, no poder da força de alguns, alguém assumir o timão desse País e levá-lo para o caos, como assistimos na América do Sul”, disse aos gritos.
Em seguida, reforçou ataques ao presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, que, segundo versão contada pelo presidente, fez articulação junto a parlamentares para persuadi-los a orientar suas bancadas a votar contra a PEC do voto impresso, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-SP), em Comissão Especial no Congresso. “Vamos atender a vontade popular. Não vamos nos prender à vontade de um homem apenas que interfere no poder Legislativo”, declarou com tom de voz ainda elevado.
Com informações do Estadão Conteúdo.