‘Culpa do extremismo’, diz mãe do apoiador de Bolsonaro que matou petista
Mãe do policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, a comerciante Dalvalice Rosa diz acreditar que a intolerância política foi o que motivou o filho a matar a tiros o guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR) (veja aqui).
“Estamos sem chão. O que aconteceu tem a ver com extremismo e intolerância política. Eles não se conheciam, e nada mais explica essa tragédia”, afirmou Dalvalice ao UOL.
O crime ocorreu dentro da Aresf (Associação Recreativa Esportiva Segurança Física), clube em que Arruda comemorava o aniversário de 50 anos numa festa temática com símbolos do PT e imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao UOL, testemunhas dizem que Guaranho se deslocou ao local após um jantar com a esposa e um bebê de cerca de 3 meses.
A mãe do policial penal afirma que o filho tocou músicas de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto fazia uma ronda de carro pelo clube, do qual ele seria sócio. O UOL tenta contato com a direção da Aresf. Segundo registros da Polícia Civil, Guaranho fez ainda ameaças de morte a pessoas que participavam da festa de Arruda. Do banco de trás, a mulher do bolsonarista teria pedido ao marido para que parasse com as provocações e fosse embora. Eles deixaram o local após Arruda jogar pedras no veículo de Guaranho, que reagiu apontando uma arma em direção ao guarda municipal petista.
Segundo imagens de câmeras de segurança, cerca de 20 minutos depois, o policial bolsonarista retornou sozinho à Aresf (reveja mais). Nesse momento, a mulher de Arruda, Pâmela Suellen Silva, se identificou como policial civil. Foi quando Guaranho começou a atirar no petista. “Se eu estivesse lá, teria tentado impedir que isso acontecesse. Mal consigo imaginar a dor da outra família. Não se discute sobre religião, futebol, e politica… Ninguém ganhou nada com essa provocação, só houve perdedores”, afirma a mãe do bolsonarista.
Ferido, o guarda municipal petista revidou os tiros que havia recebido do bolsonarista. Ao UOL, Dalvalice afirmou que o filho foi atingido no rosto e nas duas pernas. De acordo com ela, o policial penal sofreu ainda um edema na cabeça provocado por chutes desferidos por homens presentes no local em que ele havia disparado contra Arruda. A Polícia Civil investiga se as agressões contribuíram para a gravidade do estado de Guaranho.
Fonte: BN