Deputado critica suposta “demissão em massa” na Coelba e cobra providências: “Piorou um serviço que já era ruim”

“Ao invés de contratar mais pessoas para poder oferecer um serviço de mais qualidade, a empresa está demitindo, sem critério, desrespeitando os acordos trabalhistas”. Foi o que disse o deputado estadual Robinson Almeida (PT) sobre uma suposta demissão em “massa” e o não cumprimento do acordo coletivo da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) com o Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia).

A declaração foi dada durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), nesta terça-feira (12). Segundo o parlamentar, entre janeiro e fevereiro foram demitidos 60 trabalhadores, número três vezes superior ao registrado no mesmo período dos últimos cinco anos, quando 20 trabalhadores teriam sido desligados da companhia de eletricidade.

“É uma atitude inadequada da Coelba, num momento em que a sociedade exige um melhor serviço prestado por essa empresa, ela piora o serviço que já é ruim. É muito comum à falta de energia em todos os municípios baianos, aqui na capital mesmo nós assistimos a uma instabilidade no fornecimento de energia em pleno carnaval na Barra, com um apagão por 2 horas”, criticou o parlamentar.

De acordo com ele, O clima na Coelba é de insegurança, pressão e ameaças de demissão, o que estaria afetando até a saúde mental dos trabalhadores. Ainda de acordo com Robinson, o Sindicato dos Eletricitários da Bahia noticiou o Ministério Público do Trabalho para que a empresa seja notificada a esclarecer os fatos, respeitar o acordo coletivo e interromper as demissões injustificadas.

“Há um acordo coletivo com o sindicato que precisa ser respeitado”, apontou o parlamentar, que coordena a subcomissão na Assembleia Legislativa responsável por acompanhar a Execução do Contrato de Concessão da Coelba e Demandas e Investimentos Represados pela companhia.

Privatizada em 1997, a concessão da Coelba vence em 2027. A companhia tem até agosto deste ano para pedir a renovação. A União tem até fevereiro de 2026 para se manifestar, do contrário a exploração do serviço de eletricidade na Bahia será renovado automaticamente em favor da concessionária. O Bahia Notícias entrou em contato com a Coelba para saber seu posicionamento acerca das acusações do deputado Robinson, mas não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem.

Mais cedo, na Comissão de Infraestrutura na AL-BA, por sugestão de Robinson, foi aprovada a realização de três audiências públicas relacionados à Coelba, que trataram da universalização da energia na zona rural, com a continuidade do Programa Luz para Todos; dos gargalos econômicos causados pela ausência de infraestrutura energética e da situação dos trabalhadores com vínculo com a Coelba. As discussões estão previstas para acontecer nos meses de abril, maio e junho. (BN)

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