Apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como o chefe de um esquema que manipulou resultados no Candangão deste ano, William Pereira Rogatto confessou, nesta terça-feira, sua participação em apostas esportivas ilegais durante a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado. Conhecido como “Rei do Rebaixamento”, Rogatto afirmou que sua atuação resultou no descenso de 42 equipes, incluindo o Santa Maria, que foi rebaixado em 2024. Ele alegou ter lucrado cerca de R$ 300 milhões com as manipulações.

Rogatto, que não reside no Brasil, participou da audiência por videoconferência após um convite inicial para comparecer ser ignorado. O MPDFT já havia investigado suas ações em 2020, quando ele tentou manipular jogos na Série A3 do Campeonato Paulista.

Durante seu depoimento, ele se declarou “réu confesso” e explicou sua chegada ao Santa Maria, onde prometeu a presidente Dayana Nunes um bom desempenho com a contratação de jogadores conhecidos. No entanto, ele acabou levando o time ao rebaixamento, o que lhe causou arrependimento.

A CPI também investiga dois jogadores do Santa Maria, Nathan e Alexandre, que supostamente interviram em resultados de partidas. Os senadores, impressionados com as revelações de Rogatto, ofereceram medidas de proteção, mas ele expressou receio de que não fossem suficientes para sua segurança.

Rogatto ainda mencionou John Textor, dono da SAF do Botafogo, reforçando denúncias de manipulação de resultados no Brasileirão.

Em paralelo, a presidente do Santa Maria, Dayana Nunes, revelou que cedeu os direitos do clube a Rogatto na esperança de garantir a permanência na elite, especialmente enquanto cuidava de seu marido, que se recuperava de um acidente vascular cerebral. Com um orçamento limitado, ela acredita que será quase impossível o clube alcançar a final da Série B em 2025 para retornar à elite.

A CPI segue com novos depoimentos agendados, incluindo figuras ligadas a um esquema de apostas no futebol nacional e internacional.

Voz da Bahia