Especialistas discutem no Senado banalização da violência
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal discutiu hoje (15) a banalização da violência, com base em dados do Mapa da Violência 2014, divulgado no início deste mês. O representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Felipe da Silva Freitas, destacou o alto índice de mortes violentas envolvendo jovens negros no país. Segundo ele, estudos recentes mostram que o medo de morrer é uma das preocupações da juventude negra brasileira. Para Freitas, as políticas não estão conseguindo alcançar, na mesma proporção, jovens negros e brancos. “Esse contingente [de jovens negros] tem o medo de morrer inserido no rol de suas preocupações. E esse medo não pode ser uma preocupação majoritária dos jovens, nem pode assumir uma relevância tão grande.” Já o representante da Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade, Cândido Alberto Gomes, ressaltou o que chamou de dissonância entre os poderes Legislativo e Executivo, sobretudo em relação a medidas socioeducativas para menores infratores. “Elas são motivo de piada para muitos jovens”, disse Gomes. De acordo com Gomes, outro exemplo é a demora na conclusão dos casos e na consequente condenação de suspeitos. “Quando há um prazo dilatado [para esse fechamento], perde-se a confiança na Justiça, na polícia e no Estado. E surge a falsa confiança nas armas como meio de defesa.” Gomes lembrou que existem leis ótimas sobre o controle de armas, mas destacou que não são cumpridas. (Agência Brasil)