Na próxima segunda-feira (17), às 19 horas, a nona edição da Câmara Cidadã vai discutir a interiorização da Covid-19. Sem estrutura suficiente para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus, as pequenas cidades têm enfrentado desafios com o avanço dos casos e registro de óbitos.

Em maio, pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) detectaram uma grave tendência à interiorização da epidemia, que estava chegando de forma acelerada aos municípios de menor porte do país. Na época, eles analisaram dados de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em matéria publicada no Portal Fiocruz, o epidemiologista Diego Xavier comentou que o avanço da Covid-19 em direção às cidades menores revelava uma situação preocupante em razão da menor disponibilidade e capacidade de seus serviços de saúde. Ele já alertava que essa interiorização direcionaria a busca pelo atendimento médico nos centros urbanos de referência e isso, consequentemente, ampliaria a pressão sobre os serviços de saúde nas grandes cidades.

De acordo com nota técnica do Sistema MonitoraCovid-19, desenvolvido pela equipe de pesquisadores do Icict/Fiocruz, datada de 4 de maio, a grande preocupação da tendência observada residia no fato de que metade das regiões para onde a doença se difundia apresenta recursos de saúde abaixo dos parâmetros indicados para situações de normalidade.

No final de junho, matéria da agência Reuters, também chamava a atenção para a gravidade da interiorização da Covid-19, a partir da mesma constatação. Segundo especialistas citados pelo jornalista Pedro Fonseca, as cidades do interior do Brasil haviam se tornado o epicentro da doença provocada pelo coronavírus e poderiam provocar um “tsunami” de novos casos nas capitais, à medida que pessoas em estado grave dependem dos grandes centros para receber atendimento.

Para discutir a interiorização da Covid-19 e seus efeitos, a Câmara Cidadã vai receber a diretora do Núcleo Regional de Saúde Sudoeste, Karoline Rebouças, e o professor Carlos Bernard Cerqueira, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), que faz parte do grupo de análise estatística do comportamento do vírus na região.

Karoline Rebouças é enfermeira e tem especialização nas seguintes áreas: Micropolítica da gestão e trabalho em saúde com ênfase na gestão estadual; Planejamento, Orçamento e Gestão Financeira do SUS e Saúde da Família na Atenção Primária.

Carlos Bernard é biólogo, mestre e doutor em Genética e Biologia Molecular. Atualmente é diretor do Departamento de Ciências Exatas e Naturais e presidente do Conselho de Campus da Uesb em Itapetinga. É professor permanente de programas de pós-graduação (mestrados e doutorados) e supervisor de pós-doutorado. Participa de projetos de pesquisa, é autor de publicações científicas e revisor de periódicos nacionais e internacionais. Por fim, é membro do Gabinete de Crise da Prefeitura Municipal e um dos colaboradores do boletim “Uesb contra a Covid-19”.

O projeto Câmara Cidadã é uma realização da Câmara Municipal de Itapetinga e leva ao ar, às segundas-feiras, às 19 horas, debates sobre assuntos de interesse público, com o objetivo de aproximar o Poder Legislativo da população na internet. Desde o seu lançamento, todas as lives discutiram temas relacionados ao enfrentamento do novo coronavírus.

ASCOM

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