Jovem cientista baiano cria solução no combate à dengue com base no extrato do pé de araçá

Um projeto inovador que visa combater a larva do mosquito Aedes Aegypti foi criado pelo estudante baiano Felipe Sacramento, 19 anos. A base do projeto é o extrato da planta popularmente conhecida como araçazeiro, bastante utilizada entre os povos tradicionais. Durante a pandemia da Covid – 19, o estudante percebeu que, na comunidade onde vivia, ocorriam surtos de dengue. Foi então que Felipe teve a ideia de estudar sobre o mosquito, buscando soluções para o combate ao Aedes Aegypti de forma menos agressiva ao meio ambiente e para o ser humano.

A metodologia foi basicamente encontrar um solvente que pudesse extrair flavonoides, ácidos fenólicos e saponinas que fossem capazes de impedir o ciclo larva do mosquito ainda na água. Depois de muito estudar o extrato do araçazeiro, Felipe chegou à conclusão que desejava. O extrato pingado na água impede que a larva se transforme em mosquito

“Este extrato tem o poder de impedir que a larva se desenvolva em ambientes parados, destruindo também as bactérias que a larva se alimenta. Então, é uma solução natural que acaba com todo o ecossistema proveniente da larva sem causar toxicidade para nós, humanos”, comemora o feito o jovem cientista.

O projeto de Iniciação Científica foi iniciado no ano de 2019, no SESI, com orientação da professora de química Jamile Caldas e do professor de biologia Marcelo Barreto. “Nem sempre a gente recebe o apoio necessário e o professor Marcelo me ajudou muito em relação ao material. É uma pena que não existe em nosso país um incentivo para se fazer ciência”, lamenta o estudante.

Para Felipe, as barreiras só intensificam o gostinho de superação. Com a finalização do projeto, em 2021, o estudante baiano participou da MostraTec, a maior Feira de Ciências da América Latina, conquistando primeiro lugar e uma credencial para participar de uma feira mundial em Taiwan (quanto acontece).

A partir de agora, o caminho para esse jovem pode ser de grandes descobertas. “O meu projeto pode diminuir a proliferação do Aedes Aegypti em certas regiões e, consequentemente, reduzir a incidência de doenças. Eu consegui criar algo novo e, agora, além desse projeto, estou iniciando a faculdade de medicina”, celebra.

O professor de Biologia e coorientador do projeto, Marcelo Barreto, fala sobre a importância da iniciação científica na vida dos estudantes: “A minha ideia enquanto professor e orientador de iniciação científica é fazer com que o aluno consiga resolver problemas do cotidiano que impactam na vida dele e da comunidade que faz parte. A gente sabe que nem sempre a escola é tão prazerosa mas, com a iniciação científica, os estudantes começam a olhar para os problemas do cotidiano e perceber que podem resolver alguns. É transformador quando a gente consegue causar um significado no aprendizado daquele aluno”, conclui Barreto. (BNews)

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