MP chama de ‘engenharia criminosa’ ação de bolsonarista que queria explodir bomba

Preso preventivamente após supostas ‘práticas de terrorismo’, George Washington de Oliveira Sousa, que se diz gerente de quatro postos de gasolina, recebendo entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por mês, gastou mais de R$ 160 mil com o arsenal – pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições – que levou do Pará à Brasília com a intenção de ‘provocar intervenção das Forças Armadas’. O apoiador do presidente Jair Bolsonaro diz ter montado ‘plano com manifestantes (acampados no entorno) do QG do Exército para provocar decretação de estado de sítio e impedir a instauração do comunismo no Brasil’.

Em depoimento à Polícia Civil, George Washington afirmou que o que o motivou a adquirir as armas ‘foram as palavras’, do chefe do Executivo. Já na audiência de custódia que impôs ao bolsonarista prisão sem data para acabar, George Washington disse ter pedido para retirar o nome de Bolsonaro e do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva do documento que registrou sua detenção em flagrante – segundo ele, sua conduta se deu em protesto ‘pelas eleições’.

A avaliação do Ministério Público do Distrito Federal é a de que o fato de o preso ter levado armas para Brasília com ‘a intenção de provocar intervenção militar, cogitando explosão de bombas em aeroporto e em subestação de energia, demonstra de forma inequívoca a necessidade’ de sua segregação cautelar.

Além disso, a avaliação da Promotoria é a de que, ao passar mais de um mês acampado em frente ao quartel do Exército, George se ‘inseriu em uma engenharia criminosa em que teria encomendado e recebido artefatos para confecção de bomba’. Durante a audiência de custódia do investigado, o MP deu destaque à ‘trivialidade com que o preso lida com questões radicais e lesivas’.

O auto de apreensões dos objetos localizados pelos policiais em posse de George lista um fuzil, duas espingardas, cinco bananas de dinamite, revólveres, pistolas e mais de mil munições, de diferentes calibres.

Segundo o preso relatou à Polícia, caso fosse parado na estrada, durante o transporte do arsenal do Pará até Brasília, ‘a ideia era acionar o Pró Armas para justificar participação em competição de tiro’. O gerente de postos de gasolina ainda disse que pretendia repassar parte das armas e munições a CACs – colecionadores, atiradores e caçadores – acampados em frente ao quartel do Exército ‘assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas’.

Estadão

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