O tenente-coronel da Polícia Militar (PM) de São Paulo, Evanilson de Souza, se manifestou pela primeira vez após ter sido alvo de ataque racista feito por hackers durante uma palestra virtual organizada pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP). Ele foi chamado de ‘macaco’ e outras ofensas. 

O oficial, que é negro, foi xingado e recebeu palavras de ódio enquanto falava para 2 mil pessoas, a maioria policiais, sobre o programa de combate ao racismo que desenvolve na PM. A palestra aconteceu nesta terça-feira (9).

“Eu me sinto como um homem negro que foi afrontado diante de uma plateia. tentaram desqualificar a minha qualidade profissional e de ser humano”, disse à reportagem da TV Globo. Na palestra, ele falava sobre um programa de combate ao racismo que desenvolve dentro da PM paulista. As mensagens começaram a ser compartilhadas na tela coletiva dos que acompanhavam a fala do tenente-coronel.

De acordo com o G1, na manhã desta quarta (10), ele foi a uma delegacia na Zona Oeste da capital para tentar registrar boletim de ocorrência por racismo e invasão cibernética. Evanilson quer que a Polícia Civil instaure um inquérito para investigar o caso e buscar identificar e prender os responsáveis pelas ofensas.

A PM repudiou o ataque racista ao coronel com uma nota divulgada em suas redes sociais. A corporação reforçou sua posição contra a discriminação e informou que tem como “missão promover os direitos humanos”.

Já o Instituto de Relações Internacionais da USP, segundo a reportagem,  divulgou nota na qual classifica o que aconteceu com Evanilson como “crime inaceitável que fere os princípios constitucionais da honra e dignidade da pessoa humana”. Os coordenadores do curso enviaram denúncia à uma delegacia especializada.

BN