Pastor ligado a ex-ministro Milton Ribeiro teria pedido propina de R$ 100 mil a empresário
O pastor Arilton Moura, um dos lobistas que atuavam junto ao Ministério da Educação durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, teria pedido R$ 100 mil de propina a um empresário de Piracicaba-SP, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a denúncia do MPF, o empresário José Edvaldo Brito teria dito que conseguiu agenda com Milton Ribeiro através do pastor Arilton, que teria pedido de comissão, “a título de colaboração”, a quantia de R$ 100 mil, além da emissão de passagens aéreas para a sua comitiva.
Ainda conforme o MPF, relatórios da Controladoria Geral da União (CGU) evidenciam a participação do pastor Arilton Moura como um dos articuladores do ministro Milton Ribeiro em eventos oficiais do Ministério da Educação (MEC).
“As provas colhidas e já documentadas apontam para a prática dos crimes de corrupção ativa, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa, todos em contexto de Organização Criminosa”, afirmou o MPF.
“Os crimes ora investigados foram praticados no âmbito do Ministério da Educação, ao que tudo indica, com o respaldo do então Chefe da Pasta – Milton Ribeiro”, concluiu o MPF.
Além de Milton Ribeiro e Arilton Moura, a manifestação do MPF aponta ainda o pastor Gilmar Santos como integrante da organização criminosa que atuava no Ministério da Educação.
Sem falar ainda em Helder Diego da Silva Bartolomeu, genro de Arilton; e Luciano de Freitas Musse, ex-gerente de projetos do Ministério da Educação e também ligado ao pastor.
“A infiltração de Luciano nos quadros de servidores da pasta demonstra a sofisticação da atuação agressiva da ORCRIM [sigla para organização criminosa], que indica desprezo à probidade administrativa e fé pública”, aponta o relatório da Polícia Federal citado pelo MPF.
O juiz Renato Coelho Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, chegou a decretar nesta quarta-feira (22) a prisão dos cinco apontados pelo MPF como integrantes da organização criminosa (veja aqui). Entretanto, nesta quinta (23), a decisão foi derrubada pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), libertando os suspeitos (veja aqui).
Além dos cinco suspeitos de integrarem a organização criminosa, o MPF ainda investiga as participações de Myriam Pinheiro Ribeiro, esposa do ex-ministro; e de Victoria Camacy Amorim Correia Bartolomeu, filha de Arilton e esposa de Helder Diego.
Fonte: BN