Putin assina saída da Rússia de tratado que proíbe testes com armas nucleares
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira (2) uma lei que revoga a ratificação da Rússia do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, de acordo com um decreto publicado em um site do governo.
Moscou afirma que o objetivo é restaurar a paridade com os Estados Unidos, que assinaram mas nunca ratificaram o tratado de 1996, e que não retomará os testes nucleares a menos que Washington o faça. A China também nunca ratificou o acordo.
Embora nunca tenha entrado em vigor, o acordo foi ratificado por 178 países, incluindo as potências nucleares França e Reino Unido, e tem um valor simbólico.
Seus defensores afirmam que ele estabelece uma norma internacional contra os testes com armas atômicas, mas seus críticos afirmam que o potencial do tratado continua sem se concretizar, por não contar com as ratificações das principais potências nucleares.
Putin já havia afirmado, no início de outubro, que não estava pronto para dizer se a Rússia deveria ou não retomar os testes nucleares, após apelos de alguns especialistas em segurança e parlamentares russos para testar uma bomba nuclear como um aviso ao Ocidente.
Tal medida, se acontecer, poderá inaugurar uma nova era de testes nucleares de grande potência, de acordo com especialistas.
O Parlamento russo ratificou o acordo em junho de 2000, seis meses depois que Putin assumiu o poder. O projeto de lei para revogar o tratado foi aprovado pela casa no mês passado.
Desde o início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022, altos funcionários russos ameaçaram em várias ocasiões utilizar armas nucleares, embora em outras Putin tenha mostrado cautela a respeito.
Na semana passada, o presidente russo supervisionou exercícios com mísseis balísticos para preparar suas tropas para um “ataque nuclear maciço” de retaliação.
A Rússia pós-soviética nunca realizou um teste nuclear. A União Soviética testou pela última vez em 1990 e os Estados Unidos, em 1992.
Fonte: BN