Rede de saúde privada reclama aumentos de até 500% em insumos hospitalares

O aumento do preço dos insumos vinculados ao combate da pandemia do novo coronavírus subiram 500%. De acordo com Mauro Adan, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), os insumos que tiveram aumento e podem faltar nos hospitais são o “kit intubação”, anestésicos e bloqueadores para manter o paciente sedado. 

“Os preços continuam elevados, continuam lá em cima. A gente sente muito, dá um desequilíbrio financeiro. A gente não consegue explicação técnica para aumento de preços. O problema da medicação é o alto consumo e a incapacidade da indústria de conseguir repor os estoques na demanda que estamos tendo agora. Isso faz com que os estoques estejam mais baixos. Estamos em tratativas com o Ministério da Saúde, que está em trâmite para facilitar a importação dos insumos e facilitar o diálogo e reposição dos estoques com os fabricantes”, comentou ao Bahia Notícias.

Adan revelou que os hospitais ainda têm insumos, porém não se pode afirmar por quanto tempo, pois cada hospital faz sua compra. “Estamos muito preocupados e envidando esforços juntos aos fabricantes para conseguir repor os estoques. As requisições administrativas nos preocupam. Na hora de se fazer, a gente também precisa pensar que o setor privado tem que participar desses itens que são requisitados administrativamente para que a gente possa fazer um atendimento de saúde suplementar”, disse. 

Apesar da dificuldade, o presidente sinalizou que na Bahia, neste momento, nenhuma requisição administrativa foi feita. “A gente está preocupado para que não chegue nesse quadro [de desabastecimento]. O estoque menor está no Brasil inteiro. Aqui também. Mas hoje temos estoque e estamos atendendo regularmente. Aumentou a demanda e a indústria não consegue fornecer para manter o estoque”, explicou.

O dirigente disse que realizou um pedido de dez itens, que poderiam dar um maior “conforto” para o estoque, porém os fornecedores entregam apenas “o que você consumir no menor espaço de tempo”. “Se essa dinâmica de entrega for regular, não tem problema. Eles estão fazendo a entrega parcial. É aí que mora o perigo e o risco, você tem estoque para um tempo médio menor. Seria ideal que a gente conseguisse comprar para ter estoque por dois, três meses. Eles dizem que conseguem entregar uma quantidade menor e de maneira regular”, disse.

Para Adan, entre as medidas para lidar com a escassez estaria a busca por produtos substitutos, com toda garantia técnica. “Mais do que nunca, o uso racional da medicação e um movimento com a indústria farmacêutica para fazer aquisição desses itens. Mantemos comunicação com os hospitais, dia a dia, para saber a situação e trocar informações”, finalizou. 

BN

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