Rodovias federais voltam a ter 6 bloqueios, diz PRF
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse, nesta sexta-feira (18), que há seis bloqueios em rodovias federais, em um dia em que caminhoneiros convocaram, nas redes sociais, paralisações.
Os bloqueios são feitos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam o resultado das eleições.
A PRF não informa onde ocorrem os bloqueios, nem quais medidas foram tomadas, porque diz que há muito dinamismo na desobstrução das rodovias. Há relatos de paralisação em Rondônia e em Goiás. Este último, próximo a Cristalina, já teria sido desfeito.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina não registravam nenhum tipo de bloqueio relacionado a manifestações no início da tarde desta sexta, conforme as PRFs dos dois estados.
Nas redes sociais, a corporação disse que são seis bloqueios totais e um parcial, e que, no total, foram desfeitas 1156 interdições, desde o final da disputa eleitoral.
Em decisão no último sábado (12), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes mandou bloquear contas bancárias ligadas a 43 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento com os atos antidemocráticos que questionam o resultado das eleições.
A decisão, de sábado (12), está sob sigilo. A Polícia Federal terá dez dias para tomar o depoimento dos alvos e indicar as diligências que entender necessárias.
Nas redes sociais bolsonaristas, circulam vídeos dos bloqueios e listas de locais com paralisações. O chefe do Executivo publicou no seu perfil no TikTok, nesta manhã, um vídeo compilado de imagens em que ele dirige caminhão, trator e ônibus, o que foi interpretado por seus apoiadores como um gesto velado de apoio.
Em diferentes cidades, apoiadores do presidente cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nos primeiros dias após o pleito, grupos bolsonaristas realizaram bloqueios em rodovias pelo país. Eles também organizam manifestações antidemocráticas em frente a quartéis.
A PRF entrou na mira de Moraes após descumprir decisão, ainda no domingo (30) da eleição, e realizar blitze contra veículos de transporte de passageiros. Após o fim da apuração, o órgão novamente entrou em atrito com o ministro por não encerrar as manifestações de bloqueios nas rodovias.
Na segunda (31), Moraes determinou que o governo adotasse imediatamente “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir as rodovias ocupadas por bolsonaristas e registrou a possibilidade de prisão em flagrante do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em caso de novo descumprimento.
Segundo o ministro, naquele momento, havia “omissão e inércia” da PRF na desobstrução das vias.
Como mostrou a Folha, no último dia 9, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) aplicou apenas 55 multas com o maior valor previsto entre as infrações do Código de Trânsito durante a atuação para acabar com os bloqueios antidemocráticos nas rodovias do país.
Nesta sexta-feira, não foi informado quantas multas teriam sido aplicadas.
De acordo com os dados enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal), a punição por organizar ação para interromper, restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito representa apenas 0,8% das 6.200 multas aplicadas entre os dias 1º e 6 de novembro.
Considerada gravíssima, a multa para esse tipo de infração pode chegar a R$ 17 mil, uma vez que o Código de Trânsito prevê que a multa base de R$ 293,47 seja multiplicada por 60 quando o alvo for um organizador da ação. (BN)