Na reunião, Guedes declarou que vê duas formas de “ajudar o pobre” neste cenário de crise do setor público. “Uma é direto na veia. Você dá o dinheiro pro pobre. (O auxílio emergencial) Foi a maior redução de pobreza em 40 anos no Brasil. Outra é a forma antiga de Brasília, que é assim: monta um ministério. O ministério passa o dinheiro para o banco público. Repassa para uma agência autônoma (…) Um dia, dos 100 que você emprestou chega 1 no pobre”, declarou o ministro.
Já para ilustrar a suposta ineficiência do SUS, Guedes disse que um paciente fica “8 dias deitado” no hospital público, depois de uma cirurgia, enquanto a alta ocorre na manhã seguinte em uma unidade privada. “No hospital privado, chega e bate na porta: ‘Fez cirurgia ontem de apendicite?’ De manhã cedo, ‘está com febre?’ ‘Não’. ‘Vamos embora. Vamos sair da cama aí, pô. Vai ficar na cama, não. Desalojar.’ No hospital público o cara fica 8 dias deitado, aí tem uma fila no corredor querendo entrar. Não tem gestão”, declarou Guedes.
Toda a fala de Guedes começou após o ministro demonstrar surpresa e apoio ao descobrir que operadoras de saúde têm de fazer reembolso ao SUS por serviços prestados na rede pública a usuários dos planos privados.
O ministro da Saúde disse que as declarações do ministro reforçam a agenda liberal do governo Bolsonaro, mas afirmou que universidades públicas formam os melhores profissionais de saúde no País e lideram pesquisas na área. Queiroga disse que falta transparência em dados do setor privado, como de internações e mortes pela covid-19.
“Vamos ficar envergonhados da mortalidade do público”, disse Guedes, sobre a possibilidade de ter mais dados da rede complementar. “Quando mais a gente conseguir descarregar para o outro lado, melhor”, completou o ministro, em referência a aumentar o número de clientes dos planos privados. Na reunião, Guedes disse que o governo deve fazer serviços públicos de “elite”. “Que sejam as melhores possíveis. Mas não tenhamos a ilusão de que será possível fazer uma rede pública para atender todo mundo”, afirmou o ministro,
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