Sem vice, PT confirma Haddad como candidato ao governo de São Paulo

Sem um nome para candidato a vice e em meio a um impasse entre aliados, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) foi confirmado como o candidato do PT ao governo de São Paulo, em um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo na manhã deste sábado, 22.  

Durante o evento, também foi aprovada a coligação da federação de PT, PC do B e PV com o PSB. Este último partido indicou o ex-governador Márcio França (PSB) como candidato ao Senado. A convenção, no entanto, se encerrou sem a definição de um nome à suplência de França ao Senado e de um vice para Haddad. Segundo correligionários presentes no evento, o ex-prefeito deve definir o nome de um vice até o dia 30.

O sonho de Haddad era ter a ex-ministra Marina Silva (Rede) como sua candidata a vice. O PT continua a se reunir com representantes da Rede e com Marina para tratar do tema, mas há, no entorno de Haddad, aliados que dizem ter jogado a toalha, e que ficariam surpresos caso Marina mudasse de ideia.

O nome da ex-ministra é tido como uma grande aposta da Rede à Câmara, com potencial de ser uma puxadora de votos para incrementar a participação do partido no Legislativo. Marina declarou apoio a Haddad em evento ao lado do ex-prefeito, quando lançou sua candidatura a deputada — gesto que não demonstrou nem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um evento presencial, apesar de ter deixado claro que o apoiaria em um eventual segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outro nome citado por petistas, especialmente após a desistência do ex-governador Márcio França (PSB) de rivalizar com Haddad para se lançar ao Senado, é o do ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB). Ex-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, ele é visto como um bom nome, que contribuiria inclusive para a articulação política de Haddad.

O PT também passa por um conflito com o PSOL, que tem reivindicado mais espaço na chapa de Haddad, desde que retirou a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) ao Palácio dos Bandeirantes — ele disputará a Câmara em 2022. Apesar das cobranças do partido aliado, petistas querem um nome que represente um aceno maior ao centro.

Todas estas conversas vão continuar, mesmo após a convenção do PT. “Ainda não está maduro para escolher o vice e as conversas todas estão ocorrendo. O entendimento está tendo, tanto com PSOL, Rede, PSB”, afirma o deputado estadual Emídio de Souza (PT), um dos coordenadores da campanha de Haddad.

“Não está certo se define amanhã, pode terminar a convenção sem definição de vice e isso não é a primeira vez que acontece, já aconteceu”, minimiza o deputado federal Alexandre Padilha (PT), que tem defendido que o PT também considere uma mulher ou uma grande liderança do interior.

Vaga de suplente no Senado é impasse

Outro motivo de impasse entre petistas, peessebistas e psolistas gira em torno da vaga de suplente de Márcio França ao Senado. No último mês, como mostrou a coluna do Estadão, o empresário José Seripieri Filho, o Júnior, se filiou ao PSB. Seu nome é um dos cotados para a vaga.

Seripieri é próximo de Lula, e chegou até mesmo a comparecer em eventos de pré-campanha ao lado do petista, como o natal dos catadores, em dezembro do ano passado. Foi um dos convidados do casamento do ex-presidente. Assumiria o posto no Senado, por exemplo, caso França seja nomeado ministro de Lula, vaga almejada pelo ex-governador.

O problema é que petistas também tem negociado esta vaga para pôr panos quentes na relação com o PSOL. Caso não tenha espaço na chapa, nem na suplência, o partido ameaça lançar uma candidatura própria ao Senado.

Estadão

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